A paralisia cerebral afeta duas crianças a cada 1000 nascidos vivos em todo o mundo. É a deficiência mais comum na infância e é caracterizada por alterações neurológicas permanentes que afetam o desenvolvimento motor e cognitivo da criança.
Pode ocorrer durante a gestação, no nascimento ou no período neonatal, causando limitações nas atividades de vida diária. Uma das principais causas da paralisia cerebral é a hipóxia, uma situação em que ocorre a falta de oxigenação no cérebro, resultando em uma lesão cerebral.
Apesar de ser limitante, quando há um tratamento adequado, as crianças com paralisia cerebral podem ter uma vida mais funcional e produtiva. Um desses tratamentos é a aplicação da toxina botulínica nessas crianças, a qual é uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium Botulinum.
Ela irá atuar em 4 mecanismos de ação, porém, o principal é o mecanismo de relaxamento muscular, o qual inibe a acetilcolina de ser lançada na fenda sináptica, resultando em uma inibição do padrão flexor encontrado nos músculos espásticos. Algumas vantagens de aplicação da toxina botulínica são:
· Eficácia independente da causa da espasticidade
· Tratamento efetivo para problemas focais
· Fácil uso
· Efeitos reversíveis
· Medicamento muito seguro
· Prevenção de complicações
Sua aplicação é feita de forma intramuscular próximo aos pontos motores dos músculos e possui um efeito de duração de 3 a 6 meses. Mas e a atuação da fisioterapia, como fica? A aplicação da toxina botulínica juntamente com a fisioterapia, irá apresentar melhores resultados na avaliação da amplitude de movimento, na diminuição da espasticidade e na funcionalidade do membro espástico.
Deve-se focar nas atividades de preparação para tarefas funcionais e atividades de vida diária e treino de marcha, buscando o reequilíbrio muscular, organização neurológica e a melhora funcional da criança. O uso da toxina botulínica em crianças com paralisia cerebral é muito benéfico para essa população, tendo em vista um ganho funcional importante que permitirá a realização de atividades de vida diária, consequentemente há uma melhora na qualidade de vida dessas crianças!
Mariana Abrahão
Fisioterapeuta | Redatora em Saúde Vie Instituto
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