O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa de incapacidade no Brasil. Causando consequências variáveis, dependendo do grau e área de acometimento, incluindo alterações sensitivas, cognitivas e motoras, se faz necessário a presença de profissionais qualificados para auxiliarem no processos de reabilitação.
Esses profissionais muitas vezes utilizam, além de terapias convencionais, novos métodos é técnicas, com o intuito de aumentar o escopo de tratamento para esses indivíduos no processo de reabilitação. Uma dessas técnicas pode ser a Terapia do Espelho (TE).
Introduzida por Ramachandran e Rogers para diminuir a dor e o desconforto em indivíduos amputados, essa técnica vem sido bastante utilizada por profissionais para a reabilitação do membro afetado após o AVC. Ela baseia-se na ativação do sistema de neurônios espelho através de feedback visual, o qual é gerado durante a terapia, de modo a estimular a neuroplasticidade cerebral.
É de simples aplicação e de baixo custo, utilizando uma caixa com um espelho acoplado, que deve ser colocado de frente para o paciente. Os dois membros ficam dentro da caixa, o membro não afetado é colocado na frente do espelho, de modo que seu reflexo possa ser visualizado, e o membro afetado é colocado do outro lado da caixa onde não pode ser visualizado.
O objetivo dessa técnica é que o indivíduo mobilize o membro não afetado fazendo com que tais movimentos sejam refletido no espelho e observados pelo indivíduo, o qual obtêm a impressão de que quem está movimentando é o membro afetado, sem limitações funcionais e de dor.
O uso da Terapia do Espelho é extremamente benéfico em indivíduos pós-AVC, pois seu uso repetido faz com que o paciente se torne menos ansioso a respeito da movimentação do membro acometido, o que acaba permitindo o aumento da movimentação e a progressão do processo de reabilitação.
Mariana Abrahão
Fisioterapeuta | Redatora em Saúde Vie Instituto
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