A lesão da medula espinhal atinge a população dos jovens adultos, com idade média entre 14 e 35 anos. É uma das condições mais difíceis para o ser humano, pois produz alterações fisiológicas, emocionais, sociais e econômicas, as quais persistem para toda a vida, afetando não somente a pessoa, mas toda a família.
Elas dependem da extensão e da gravidade, podendo resultar em paraplegia ou tetraplegia. O indivíduo com lesão medular apresenta alterações significativas de mobilidade e sensibilidade, possuindo um risco elevado para desenvolver úlcera de pressão, o que pode acarretar na demora do processo de reabilitação desses pacientes.
A úlcera por pressão é uma lesão localizada na pele ou em tecidos subjacentes, normalmente sobre uma proeminência óssea, são secundárias a um aumento de pressão externa ou pressão em combinação com cisalhamento. Elas ocorrem em virtude de mudanças degenerativas da pele ou do tecido subcutâneo expostos às forças de pressão e cisalhamento. A pressão sobre a proeminência óssea prejudica a circulação sanguínea favorecendo a morte celular e consequentemente há o aparecimento da úlcera.
Os fatores de risco para desenvolver a úlcera por pressão são:
· Idade acima de 65 anos
· Diminuição da mobilidade
· Exposição a irritantes cutâneos
· Capacidade prejudicada de cicatrização de feridas
· Perda de sensibilidade
Podemos ver que as úlceras podem ocorrer em qualquer indivíduo, porém as alterações decorrentes da lesão medular fazem com que algumas áreas se tornem suscetíveis a fenômenos isquêmicos da pele, o que acaba propiciando o surgimento de úlceras por pressão. Isso influencia diretamente na qualidade de vida e no bem estar do indivíduo, os quais são afetados profundamente.
A literatura nos traz que há um grande número de indivíduos com lesão medular que apresentam úlceras por pressão como consequência da imobilidade, o que influencia negativamente na qualidade de vida dos mesmos. A prevenção das úlceras de pressão através da conscientização de cuidadores, familiares e através da mudança de decúbitos é a melhor forma de prevenir essa complicação em lesados medulares.
A úlcera por pressão é uma complicação grave que pode atrasar o processo de recuperação funcional por limitar a execução plena dos exercícios necessários à reabilitação e, na pior das hipóteses, pode levar ao óbito por infecção generalizada. Como as úlceras cutâneas crônicas são de difícil cicatrização e considerável incidência, torna-se necessário uma abordagem multidisciplinar mais eficiente.
Mariana Abrahão
Fisioterapeuta | Redatora em Saúde Vie Instituto