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Foto do escritorMariana Abrahao

Instabilidade atlanto-axial na Síndrome de Down

Você sabia que a instabilidade ou luxação atlanto-axial é encontrada em 10% a 30% dos indivíduos com Síndrome de Down? Essa instabilidade é caracterizada pelo aumento da mobilidade da articulação formada pela primeira e segunda vértebras cervicais (atlas e áxis) por causa da frouxidão ligamentar a este nível (ligamento transverso).


Outro fator que contribui para essa instabilidade é a displasia do processo odontóide, ou seja, uma estrutura óssea da vértebra que se forma de maneira diferente do normal, o que acaba prejudicando a fixação adequada dessas vértebras. Na grande maioria das vezes ela é assintomática, porém as vezes em que há sintomas as principais manifestações são: torcicolo, dor no pescoço, incontinência fecal e urinária e fraqueza dos membros.


A identificação da instabilidade ou luxação atlanto-axial e dos fatores de risco nessas crianças com Síndrome de Down é muito importante pelo fato de que se não identificada precocemente pode gerar consequências para esses indivíduos. Uma das consequências mais temidas é a compressão medular. A qual ocorre após traumas, movimentos bruscos do pescoço e até mesmo de forma espontânea!



(Imagem de ressonância da instabilidade)


Em indivíduos com essa instabilidade é necessário tomar algumas precauções no que se refere à prática esportiva, principalmente em esportes que envolvam exercícios de flexão cervical forçada, e em relação aos manuseios realizados pelos cuidadores e terapeutas durante a sessão. O fisioterapeuta deve ter muito cuidado ao manusear a coluna cervical desses indivíduos, principalmente com movimentos que possam causar força e rotações indevidas, tais como flexão, rotação e extensão, todos esses movimentos devem ser realizados gentilmente em crianças com Síndrome de Down.


Cabe também ao fisioterapeuta as orientações realizadas aos pais ou cuidadores dessas crianças, orientando corretamente sobre as consequências da instabilidade atlanto-axial, os sintomas de compressão neurológica, os períodos e atividades que aumentam os riscos, as atividades que devem ser evitadas casa haja o diagnóstico da instabilidade atlanto-axial, além de orientarem também no posicionamento correto de como carregar a criança, no caso de lactentes.


A instabilidade atlato-axial é encontrada em alguns indivíduos com Síndrome de Down e, quando não identificada e não tratada da maneira correta, pode levar à consequências irreversíveis. O fisioterapeuta possui um papel importante dentro desse quadro, sabendo o manuseio correto da coluna dessas crianças e orientando os pais e responsáveis sobre as melhores formas de realizar as atividades. O diagnóstico dessa instabilidade não impede que a criança leve a vida normalmente, apenas deve seguir alguns cuidados que sempre visam o bem estar e qualidade de vida deles.





Mariana Abrahão

Fisioterapeuta | Redatora em Saúde Vie Instituto

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