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Foto do escritorMariana Abrahao

Equoterapia na Paralisia Cerebral


Desde a antiguidade, cerca de 400 a.C., Hipócrates indicava a equitação como um meio para regenerar a saúde física e mental. Em 1747, o médico alemão Samuel T. Quelmalz fez a primeira referência ao movimento tridimensional gerado pelo dorso do cavalo, o qual é benéfico para a reabilitação e em 1870 foi publicada a tese de Chassaine da Universidade de Paris, a qual falava sobre os benefícios da equitação para a melhoria dos pacientes neurológicos.


A equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e quitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial e a reabilitação de pessoas com deficiência. O termo equoterapia foi criado em 1989 pela ANDE (Associação Nacional de Equoterapia).


Ela é utilizada como uma terapia complementar no tratamento da paralisia cerebral e tem por objetivo a aquisição do controle cervical e de tronco, melhora do tônus e diminuição da espasticidade, melhora do equilíbrio estático e dinâmico, além da coordenação motora e marcha. Além disso, pode-se observar outras aquisições no contexto psicossocial da criança, como uma melhora da autoestima, da concentração, da aprendizagem, da autonomia, da linguagem e socialização.


Os movimentos tridimensionais do cavalo causam o deslocamento do centro de gravidade do cavaleiro, gerando estímulos perceptosenssoriais que obrigam ajustes musculares e de tônus para o controle cervical e de tronco, alcançando o alinhamento postural, a consciência corporal, a simetria e a estabilidade necessária para alcançar a eficiência motora.


Para finsde reabilitação de pacientes com Paralisia Cerebral, há uma semelhança anatômica existente entre o homem e o cavalo, existindo um paralelismo entre a biomecânica da marcha humana e da marcha dos equinos. Portanto, o cavalo é um recurso rico como instrumento cinesioterapêutico. O fisioterapeuta vai atuar em todas as fases, desde a primeira avaliação até o planejamento de cada sessão, a fim de utilizar os manuseios para melhorar o tônus e adequar a postura da criança em cima do animal.


O tratamento ocorre na maioria dos centros especializados, em sessões semanais, com duração de 30-45min e deve contar com a participação de um fisioterapeuta e um psicólogo. A equipe deve traçar um programa onde atenda a necessidade de cada criança, considerando as suas dificuldades iniciais e decidir se a montaria será dupla ou individual, passiva, ativa-assistida ou livre.


A equoterapia é destacada como uma terapia adjuvante de evidente resposta na melhora do equilíbrio, força muscular, tônus, alinhamento postural, coordenação motora, além da autoestima da criança com paralisia cerebral.




Mariana Abrahão

Fisioterapeuta | Redatora em Saúde Vie Instituto

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