Você sabia que a Dor no Ombro Hemiplégico é uma das 4 complicações mais comuns após o AVC? Atualmente no Brasil, o AVC representa a principal causa de incapacidade nos indivíduos e está entre as principais causas de morte no mundo. Ele pode ocorrer de duas formas: isquêmico ou hemorrágico, consequentemente, leva o indivíduo a desenvolver diversas complicações após o AVC, tais como: perda de função, dificuldade na fala, alterações visuais, hemiplegia, entre outras.
A hemiplegia afeta aproximadamente 88% dos indivíduos que tiveram AVC, acometendo tanto os membros superiores quantos os membros inferiores. Os membros superiores possuem um importante papel nas diversas atividades de vida diária, nas transferências, no equilíbrio e na marcha, portanto, indivíduos que sofrem com a Dor no Ombro Hemiplégico sofrem com diversas limitações funcionais.
A Dor no Ombro Hemiplégico é definida como uma dor na região do ombro no contexto de um AVC, podendo surgir precocemente (2 semanas após AVC), porém, geralmente surge de 2-4 meses após o AVC. Etiologicamente pode estar relacionada a alterações musculoesqueléticas ou neurológicas, sendo muitas vezes multifatorial, tendo como causas mais frequentes:
· Espasticidade: principalmente dos músculos peitoral maior e menor e subescapular
· Capsulite adesiva
· Subluxação glenoumeral
O papel da fisioterapia é de extrema importância para a melhora da função de da qualidade de vida desses indivíduos. A realização de exercícios e a aplicação de algumas técnicas resultam em uma melhora da Dor no Ombro Hemiplégico, consequentemente diminuído a incapacidade funcional que o indivíduo apresenta. Algumas técnicas utilizadas para o tratamento são:
· Mobilizações articulares suaves: devem ser limitadas até 90° de flexão e abdução de ombro
· Eletroterapia: é utilizado para evitar a subluxação glenoumeral e não a dor
· Exercícios de descarga de peso
· Terapia do espelho
· Realidade virtual
· Treino das AVDs
O tratamento fisioterapêutico para a Dor no Ombro Hemiplégico é de extrema importância. O fisioterapeuta deve estar presente em todas as fases do tratamento, sempre incentivando a melhora e ganhando funcionalidade com o lado afetado, portanto, há um aumento da qualidade de vida e o bem estar desse indivíduo. Trabalhar o ganho de função e a diminuição da dor, consequentemente a melhora funcional, é trabalhar com uma neuroplasticidade positiva, sempre incentivando e visando o melhor para o ser humano como um todo. Seja você a neuroplasticidade positiva da vida de alguém!
Referência:
NEVES, Ana Filipa; BARBOSA, Alexandre Camões. Ombro Doloroso do Hemiplégico: Da Prevenção ao Tratamento. I Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação, Lisboa, v. 28, n. 2, p. 29-34, out. 2016.
Mariana Abrahão
Fisioterapeuta | Redatora em Saúde Vie Instituto